Aqui no Brasil, temos forte tendência a crer que a Páscoa é sempre depois do carnaval. Ela acontece depois mesmo, mas, primeiro, marca-se a Páscoa, que está ligada ao ano judaico, e, quarenta dias antes, celebramos a festa da carne, o dito carnaval. Mas o verdadeiro significado da Páscoa dos hebreus está em Êxodo 12:26 e 27. O verso 28 do mesmo capítulo diz que os israelitas fizeram o que Moisés recomendou.
Eu queria lembrar que até o capítulo 11 vimos os hebreus sendo oprimidos pelo Faraó, que exigia nível de produção. A fé de alguns israelistas certamente vacilou, como analisamos ontem. Se fosse você, com a fé vacilante, passaria o sangue na sua porta? Você arriscaria perder o seu filho mais velho? Sempre que leio esse trecho da Bíblia, fico pensando como os filhos mais velhos reagiram. Olha, se eu fosse um deles, eu mesmo passaria o sangue na porta!
No capítulo 13 vemos uma figura de linguagem muito interessante, mas que muitos só se lembram quando falam a respeito da famosa "marca da besta", citada no livro do Apocalipse. Aqui, no Êxodo, vemos que a celebração da Páscoa serviria de sinal para o povo hebreu. Um sinal na mão (a quem eles servem) e na testa (em quem eles acreditam). Novamente, o binômio fé e obras entra em cena. E é simplesmente isso que esse tal "sinal na mão e na testa" significa. É simples, mas extremamente importante. Porque a quem você serve e em quem você acredita é que vai determinar se você ficará feliz ou desesperado quando Jesus vier buscar os salvos.
Dois detalhes interessantes valem destacar na leitura de hoje:
a) A quantidade de gente que saiu do Egito. Você já tinha pensado nisso? Leia com atenção e, considerando que cada homem contado seja casado e tenha apenas um filho, multiplique por três e veja quanta gente saiu do Egito!
b) A partir da salvação dos primogênitos das famílias que acreditaram na recomendação de passar o sangue nas portas, os israelitas já começaram a presenciar o cuidado de Deus por eles: sombra e iluminação pelo caminho.
Então, caro leitor, as lições de hoje são bem claras: sirva a Deus, confie nEle, que Ele te protegerá e te mostrará o caminho a seguir, mesmo que seja depois de uma luta intensa e demorada.
Fique com Deus
A leitura de hoje nos mostra o início da viagem pelo deserto, com a proteção de Deus durante o dia e durante a noite, como vimos ontem. Você já esteve no deserto? Dizem que algumas pessoas têm alucinações por causa do calor. Vêm miragens. E foi isso que pode ter parecido para muita gente quando Deus começou a mostrar Seu poder no deserto. O mar abriu para os hebreus passarem!
Quando tudo parecia perdido, Deus dá uma ordem no mínimo estranha. Era para os quase 2 milhões de pessoas andarem na direção do mar. Foi aí que o milagre pôde acontecer. Lembra do que temos observado sobre fé e obras? Novamente, o milagre opera mediante as obras da
fé. Se os israelitas duvidassem e não começassem a caminhar, o mar continuaria fechado.
Ao lermos a experiência dos israelitas no deserto, logo pensamos:
"que povo vacilão! Deus fazia tudo e eles sempre reclamavam". Um exemplo disso está na leitura de hoje, quando mais um milagre operou, transformando a água amarga em água potável.
E como você tem reagido em sua vida? Quantos mares Deus já não abriu e você ainda reclama de uma ou outra água amarga?
Aproveite o dia de hoje para fazer uma retrospectiva de sua vida. Reconheça que não existe nenhum outro como Deus, digno de louvor.
Fique com Deus e agradeça a Ele por tantos milagres e tanta proteção que tem dedicado a você. Aprenda o cântico de Moisés. Louve a Deus, conte às pessoas o que o Criador tem feito em sua vida.
Bom dia.
Êxodo 14-15
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O PÃO QUE VEIO DO CÉU
Bom dia. Assim como a viagem dos hebreus pelo deserto, nossa leitura bíblica avança. Nem terminamos janeiro, e já estamos quase na metade do 2º livro. O tempo vai passando e vamos compreendendo melhor a Bíblia. Esse é o propósito de Deus.
Nossa leitura avança, os hebreus viajam, mas não param de reclamar. Imagine-se no lugar de Moisés, tendo que administrar praticamente 2 milhões de pessoas! Chega uma hora que cansa, né? Hoje leremos que ele realmente não sabia o que fazer e pede ajuda a Deus. É, caro
leitor, Moisés não era o todo-poderoso, não. Deus que era, obviamente. Numa leitura superficial, podemos até pensar que o cajado de Moisés era mágico, que abriu o mar Vermelho, não é? Mas lembre-se: Deus fazia os milagres. A parte humana era acreditar e agir. Fé e obras, lembra?
Por falar em acreditar, você acreditaria se alguém te dissesse que, num lugar que só tem pedras e areia, você receberia comida todos os dias, de manhã e à tarde? Se eu ouvisse isso, a primeira coisa que me viria à mente seria: "Como alguém vai abastecer esse povo tão
grande, diariamente, duas vezes por dia?". Talvez a segunda, fosse: "Será que foi pra isso que trouxemos as joias dos nossos vizinhos quando saímos do Egito? Para pagar a comida daqui?". E se, além de dizer que você vai comer todos os dias, essa pessoa dissesse que a comida seria fresquinha, de graça e ainda cairia do céu? Ah... só pode ser brincadeira, né? E tem mais: todo dia cairia uma porção determinada. Mas na 6ª feira, cairia em dobro. E nesse dia, somente nesse dia, a comida não estragaria se fosse guardada até o dia seguinte.
Em toda a Bíblia, é difícil encontrar alguma passagem que exija maior demonstração de fé, para pessoas comuns, do que esse episódio do maná. Principalmente por dois fatores, principalmente:
a) O povo estava realmente com fome. Então, seria natural querer estocar comida para evitar nova escassez. Até por causa das crianças.
b) Se a tentativa de guardar para o dia seguinte não deu certo durante 6 dias, nem adiantaria tentar fazer isso na 6a feira.
Realmente alguns não acreditaram mesmo. Mas, conforme o relato bíblico, os hebreus viram isso acontecer até entrarem em Canaã, a terra prometida. Isso significa que durante 40 anos eles presenciaram esse acontecimento sobrenatural. Vou repetir: foram 40 A-N-O-S!
Um detalhe importantíssimo talvez passe por muita gente, mas vamos ressaltá-lo aqui. É exatamente sobre o procedimento da 6ª feira e o motivo para isso. Por que os hebreus deveriam pegar comida em dobro naquele dia? Para nós que lemos, no século XI, é fácil: porque o dia seguinte é Sábado, dia de descanso. Mas, espere um pouco. Quem foi que falou que o Sábado é dia de descanso? Isso não está nos Dez Mandamentos? Cadê os Dez Mandamentos? Será que a minha Bíblia esqueceu de incluí-los?
Esse é o 2º lugar na Bíblia que você lê sobre o descanso semanal do Sábado antes dos Dez Mandamentos. O outro foi lá na semana da criação, no início de Gênesis. Esse detalhe é importantíssimo, porque Moisés não precisou explicar nada sobre isso ao povo. Eles já sabiam, mesmo antes das Tábuas da Lei. Percebe, agora, por que o argumento que diz que o Sábado foi dado aos hebreus não tem fundamento? Lembre-se disso.
Depois do maná, vamos ver o que aconteceu em Massá e Meribá. Esse lugar foi marcante e determinante para a nação de Israel. O que aconteceu lá ficou na lembrança de Moisés e esse episódio também é citado no Novo Testamento. Vamos ler sobre isso mais à frente. Eles realmente tentaram a Deus, ali. Como ainda poderia haver dúvida se Deus estava entre eles?! Ô, povo reclamão, né?
Então, caro leitor, para terminar, sugiro que você faça um exercício de auto-exame. Identifique o maná que Deus envia todos os dias para você. Isso vai te ajudar a saber que Deus te tirou das dificuldades. Não seja um murmurador.
Fique com Deus hoje, e seja um reconhecedor das bênçãos do Céu.
Êxodo 16-17